
Ricardo Valadas, Presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária.
Correio da Manhã, 03 de dezembro de 2017
Orçamento resolve alguns problemas hoje, mas não arquiteta o amanhã.
Não é surpresa para ninguém que as políticas dos últimos Governos se têm pautado por prioridades relacionadas mais com as Finanças que com a Economia do país. Orçamentos atrás de orçamentos e verifica-se que os investimentos-base, para uma projeção estratégica do país a 20 ou 30 anos, são continuamente adiados. Seja por motivos financeiros, seja por políticas sem ideias, seja por interesses privados.
A PJ na sua matriz, é uma agência de investigação criminal, que combate e combaterá em toda a sua abrangência, quem de alguma forma intentar contra os cidadãos e o país, apenas para avocar poder ou riqueza indevida.
Esta consciência de Justiça é a alma da PJ. Quem está com esta premissa e pretende uma Justiça mais competente tem que investir e projetar o futuro desta instituição. Não há outra forma. Mais investimento. Este orçamento resolve alguns problemas hoje, mas não arquiteta o amanhã.
Esta Ministra merecia mais meios para a Justiça, que seria evidentemente um investimento direto na Economia. Será que D. João I, quando investiu no projeto nacional de navegações oceânicas sistemáticas, pensava apenas em ir a Ceuta ou planeou formar o primeiro império global da História?