Contrafogo

Até quando será usada a exploração para combater a escravidão?

Uma das técnicas de combate aos fogos é utilizar o mesmo fogo para o debelar.

De igual forma, a PJ desenvolveu esta semana uma operação de combate aos crimes de tráfico de seres humanos e de auxílio à emigração ilegal, entre outros. Segundo relatado pela imprensa, estavam em causa “situações de escravidão de trabalhadores imigrantes” e estiveram envolvidos 400 elementos da PJ. Não referiram as notícias que, para o sucesso da operação, muitos investigadores tiveram de iniciar as diligências à uma da manhã face à necessária preparação e deslocação para os locais de busca predeterminados. Também não foi mencionado que, em alguns casos, a jornada de trabalho se prolongou por mais de 24 horas e que algumas destas horas foram pagas a cerca de 1/3 do valor-hora, ou como quem diz, em montante inferior à remuneração/hora do salário mínimo. Acresce a este abuso laboral que horas houve que não foram de todo pagas, o que também poderia ser considerado semiescravidão.

Confiamos que não terá de ocorrer uma megaoperação da Autoridade para as Condições do Trabalho na PJ ou mais uma auditoria do Ministério da Justiça para esta questão ser devidamente resolvida.

A pergunta que se poderá colocar é: até quando será usada a exploração laboral para combater o crime de escravidão?