Da sede da Polícia Judiciária ao DIC de PJ percorrem-se somente 48 quilómetros, mas mais parecem milhares. Isto porque, num lado, temos um edifício moderno e monumental, onde laboram centenas de pessoas em condições adequadas. No outro, temos um prédio decrépito, onde na última reunião sindical pudemos constatar, ao vivo, a queda de mais uma pedra das paredes.
Já chamámos a atenção sobre o mau estado em que se encontram algumas instalações da PJ, sendo os casos de Braga e de Portimão aqueles que mereceram maior ênfase. E também reconhecemos que já foram realizadas intervenções nalguns departamentos que transformaram, para melhor, aquilo que são não só instalações de trabalho, mas também espaços representativos do Estado e da Justiça.
Mas neste caso por nós constatado, falamos de um autêntico risco de ruína, além de uma imagem perante nacionais e estrangeiros mais consentânea com a de um país terceiro mundista e não com a Europa civilizada. Até parece que, afinal, não é um rio que se interpõe entre Lisboa e Setúbal, mas antes um oceano que, de tão vasto e intransponível, fez com que chegássemos a este ponto.