A melhor das lutas é aquela que é vencida contra a injustiça. Na investigação criminal, por vezes, logramos esse desígnio e não há melhor sensação do que sentir que ajudamos a trazer ao mundo mais equidade.
Que fomos nós que apoiámos a vítima e apresentámos o prevaricador a juízo. Que lográmos cessar a atividade criminosa.
Que as pessoas, devido à nossa ação, sentem-se mais confiantes e seguras. Que contribuímos para que as regras sejam aplicadas a todos.
Isto faz-nos sentir muito bem e, por vezes, até achamos que somos – mesmo – os melhores do mundo.
Contudo, para se chegar a esse estado de espírito há que pagar um preço.
E o pior não é o cansaço físico e emocional de quem já entrou em tantas batalhas, algumas delas até contra injustiças criadas dentro da própria instituição.
O pior é mesmo a consciência de que o tempo retirado a nós próprios, à família, aos amigos e a quem nos quer bem, nunca será recuperado.
Isto é algo que nos fará sentir culpados por não estarmos juntos daqueles que, afinal, também precisam de nós.
É custo que nunca poderá ser contabilizado, mas a sua existência devia ser reconhecida.