Na PJ, desde há muito que nos habituamos a nada receber sem entraves, a nada conseguir senão após muita insistência.
Muitas das vezes, para os investigadores criminais, até o que é solicitado ao abrigo das normas vigentes é recusado por burocratas, e só à custa de perseverança e tempo perdido é que é concedido o direito pretendido.
A título de exemplo, já se aludiu em reuniões com responsáveis que, no dia em que os investigadores da PJ passam para a disponibilidade ou reforma, ao contrário do que acontece com todas as outras Polícias, deixam de ser titulares da licença de algumas das armas que sempre tiveram na sua posse, como se o risco da profissão e conhecimentos adquiridos tivessem desaparecido.
Tal ainda se torna mais absurdo não só por causa de um Estatuto repleto de falhas, mas também devido a interpretações espúrias (e até contra direito) que se sobrepõem à adequação e ao bom senso.
Num país de facilitismos, no tocante à PJ e seus funcionários, por mais notória que seja a solução, assume-se sempre como hercúlea a resolução dos problemas. Do nada assomam obstáculos a cada passo que se quer dar. É assim. Sempre foi assim.