De um episódio ocorrido numa unidade da PJ, que deu origem a processo-crime com sentença lavrada esta semana (ainda passível de recurso), resultaram alguns apontamentos: o primeiro, que o episódio em nada beneficiou a instituição ou os intervenientes, tendo um banal desentendimento resvalado num feio regresso ao passado; o segundo, é que o nosso regulamento disciplinar é de 1994 e de pouco serve para corrigir comportamentos nefastos, uma vez que atos pouco dignos dos participantes teriam chegado ao conhecimento dos seus superiores hierárquicos e estes, mesmo sabendo, nada fizeram; por último, que ainda persiste a ideia de alguns de que adotar modelos de liderança mais democráticos, com auscultação de outras opiniões, fragiliza quem governa, ao invés de levar à tomada de melhores decisões.
Em suma, ninguém está acima da lei, muito menos aqueles que estão acima na hierarquia, e o controlo estatístico deveria ser acompanhado de controlo ético, este muito mais importante. É que entre estatística e ética, esta última sempre prevalecerá, mesmo que seja necessário o recurso aos tribunais para o efeito.