Na parábola bíblica dos talentos, o Senhor castiga o servo a quem lhe foi entregue dinheiro e este, em vez de o rentabilizar, enterra-o com medo de o perder. Se estas histórias de séculos se mantêm válidas nos dias de hoje, é porque a natureza humana pouco mudou decorridos dois milénios, e ainda hoje há quem, por fraqueza, por falta de confiança em si próprio, ou nos outros, ou por mera indolência, prefira manter tudo exatamente como lhe foi confiado, assim esquivando-se a incómodos e ao assumir das incumbências do cargo.
No que concerne à PJ, aproximamo-nos de um momento crucial onde serão chamados à complexa tomada de decisões não só dirigentes políticos e da instituição, mas também os representantes sindicais e seus associados. Todos terão de estar à altura para corrigir 22 anos de omissões e quase o mesmo número de erros publicados no estatuto de 2020, diga-se, que não existiriam se a ASFIC tivesse sido verdadeiramente considerada aquando da sua elaboração.
Tal como na parábola, todos serão julgados no final do tempo pelos atos praticados, e ninguém quererá ser rotulado de mau e preguiçoso. Esperemos que todos se apresentem às negociações com a coragem e vontade de ficar bem na história que será escrita, mas também na contada.