Esta semana foi notícia mais uma operação da Polícia Judiciária relacionada com crimes de tráfico de seres humanos e auxílio à emigração ilegal.
Estas operações repetem-se todos os anos em crescendo, aparentemente sem efeito dissuasor para os autores de tais ilícitos. Bernard Shaw dizia que a história se repete primeiro como tragédia, depois como comédia, mas neste caso não há razões para rir.
Pelo contrário, isto devia despertar consciências, e fazer-nos questionar – enquanto país de emigrantes – se isto é forma de tratar, ou deixar tratar, aqueles que vieram em busca de uma vida melhor. E também compelir a atuar em conformidade quem tem responsabilidades na prevenção destas situações de miséria humana.
É que se a PJ lá vai fazendo o seu trabalho, urge questionar o papel que têm neste domínio outras entidades e autoridades de proximidade.
Será que dezenas de migrantes a residir numa casa sem telhado é assim algo tão difícil de detetar?
Os investigadores criminais, com os meios que têm, e provindos de departamentos de todo o país, fizeram o que lhes competia.
Outros, com outras condições, têm obrigação de fazer mais.