Esta semana, mais uma vez, a Polícia Judiciária desenvolveu uma operação que visou uma organização suspeita de defraudar o Estado Português em cerca de 300 milhões de euros, ou seja, mais do dobro do orçamento da PJ.
Mais uma vez, o serviço foi realizado à custa do profissionalismo, sacrifício e dedicação à causa pública de quase duas centenas de investigadores.
Realizada a operação, e perante as notícias repetidas sobre o seu alcance e resultados, não podem os que nela participaram deixar de sentir emoções opostas. Por um lado, têm perfeita noção que serviram o País e, quais selecionados, sentem-se heróis anónimos de feitos que não poderão ser contados. Pelo menos para já. No reverso da medalha, os dias que perderam junto da família e do crescimento dos filhos, ou da vida pessoal, nunca lhes será devidamente recompensado. Já cansa repetir que os envolvidos fizeram-no voluntariamente, e que as horas trabalhadas em período noturno nem ao valor hora normal foram pagas. Já cansa… e até os heróis se cansam.
Mais uma vez, esperavam os investigadores que alguém com responsabilidades ajudasse a minorar esta dualidade e, ao menos, admitisse que todo o dinheiro despendido na PJ acaba por retornar, com ganhos, aos cofres públicos. Paciência. Fica para a próxima.