Esta semana, vimos e ouvimos com atenção a entrevista dada pelo DN da PJ na RTP, onde discorreu sobre assuntos relacionados com a casa que dirige. Sobretudo, reparámos no evidente entusiasmo sempre que mencionava sucessos e desfechos das investigações levadas a cabo pelos funcionários que lidera.
Apesar de partilharmos o orgulho na instituição e nos resultados, não deixamos de reparar que não lhe foram colocadas perguntas difíceis: É verdade que na PJ, e no MJ, é realizado trabalho à noite e ao fim de semana, remunerado a menos de metade do valor-hora normal ou abaixo do valor-hora do salário mínimo, ou até a valor nenhum? Isso, não é uma vergonha para todos?
Mais: Quais as razões para as portarias inerentes ao Estatuto estarem por regulamentar desde 2020? Considera que o próprio Estatuto, repleto de conceitos errados, não merece ser revisto?
Isto sim, seriam perguntas estimulantes e nem seria preciso o fatal ‘para quando?’ para toda a entrevista se tornar mais interessante.
Percebemos que se deve cuidar da imagem para o exterior, mas não se deve descurar o que é transmitido para dentro. É que, apesar das diferentes vozes, em 23 anos de discurso ainda não ouvimos nada de novo.