Com a greve iniciada ontem, chegou-se ao fim da linha: de um processo negocial fictício e de uma oportunidade de, com 0,4% do orçamento do Ministério da Justiça, resolver um problema que há anos perdura e que é obsceno. E o problema é: o trabalho à noite e ao fim de semana na PJ é pago a valores como 3,61€ por hora.
Da nossa parte, submetemos propostas, sugerimos atualizações progressivas e avançamos com soluções para a resolução deste conflito. Fomos flexíveis.
Informámos que iríamos paralisar parcialmente em fevereiro, depois em março, e que só entraríamos em greve a todo o trabalho suplementar no mês de abril se nada fosse feito. E nada foi feito.
Cabe aos associados, com a mesma valentia com que arrombam portas sem saber o que vão encontrar, com a solidariedade com que se apoiam uns aos outros nos momentos maus, com a firmeza com que combatem pela Justiça, dizer não ao trabalho pago a valores indignos, não a quem nos desvaloriza, não à imoralidade, não a esta vergonha e não a quem não nos merece.
No dia de ontem entrámos em greve. E não queríamos.