Antigamente dizia-se que contas certas era ‘à moda do Porto’. Se tal caiu em desuso, nestes tempos de verdades alternativas, foi talvez porque, até na Invicta, passou-se a somar ou subtrair conforme as conveniências. Até os professores de cálculo emudeceram para não ofender os novos pedagogos da aritmética.
Isto a propósito da contestação que tem havido ao único acréscimo salarial que a investigação criminal da PJ mereceu em 20 anos e que tem sido descrito como um “aumento de 700 euros para quem faz o mesmo que nós”.
Ora, até agora, na política ou na imprensa, poucos foram capazes de acertar na conta de que o único que foi aumentado perto desse valor foi o nosso Diretor Nacional que, convenhamos, não é termo de comparação.
E também raros foram aqueles que equipararam o novo suplemento – único da PJ – com os cumulativos subsídios de risco, turno, investigação criminal, fardamento e comando que outros recebem, por sinal, os que exercem funções de grau de complexidade 3, tal como os Inspetores da PJ. Afinal, para se chegar à verdade, como alguém disse, é só fazer as contas. Mas também é preciso vontade, e essa falta.