Palácios e bolores

A herança é pesada, fruto de anos de inoperância

Nos últimos anos, a Polícia Judiciária tem feito um esforço visível de melhoria do seu património. O edifício-sede em Lisboa, de 2014, tornou-se um símbolo dessa renovação e surgiram avanços noutras zonas do país: nova Diretoria do Sul, expansão em Évora, requalificação em Vila Real e a esperança de, finalmente, vermos a nossa casa em Braga concluída.

Mas a realidade não pode ser contada apenas através das obras que correm bem. Existem edifícios que não reúnem condições mínimas para uma polícia de investigação criminal: Setúbal e Portimão são exemplos gritantes. Em Setúbal foi adquirido um edifício, fizeram-se remendos para travar ‘enxurradas’ de água, mas o essencial permanece por resolver. Em Portimão, a situação é ainda mais grave: não há solução à vista, não existem acessos para pessoas com deficiência e continua a chover no interior, com bolores à vista e riscos para a saúde. Coimbra permanece sem alternativa à vista.

A herança é pesada, fruto de anos de inoperância. Mas hoje, entre palácios e bolores, é urgente definir prioridades. Uma instituição que combate o crime não pode aceitar condições indignas dentro das suas próprias paredes.