A mais que devida atualização ocorrida em abril dos valores pagos no trabalho suplementar dos investigadores criminais na PJ parece ter desacelerado o ímpeto reformista e criado a ilusão de que na PJ está tudo bem.
Tal não poderia estar mais longe da verdade. É que as decisões tomadas, se tiveram o condão de reduzir tensões, não deixaram de ser medidas desgarradas que não só não resolveram o problema do trabalho suplementar como o agravaram em algumas áreas e deixaram evidente a necessidade urgente da sua regulamentação. Nunca se tratou apenas de um problema financeiro, mas essencialmente de cumprimento da lei.
Assim, já neste verão, havendo um homicídio, uma violação, ou um roubo violento, surgirá a dúvida se as equipas especializadas na investigação deste tipo de crimes/ recolha de prova irão comparecer no local a custo zero, ou se, ultrapassados os limites remuneratórios, reencaminharão o dever de prestar serviço aos seus superiores hierárquicos por inerência legal, aguardando a ordem expressa.
Chegou o momento de resolver o que era suposto ser regulamentado em 2020.
Ou podemos fazer de conta e deixar passar mais dois ou três anos.
Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária