Nuvens passageiras

O tempo dirá se as opções tomadas foram as melhores.

As notícias sobre não ter sido a PJ a realizar buscas na recente operação de corrupção e tráfico de influências causaram estranheza e originaram diversas interpretações.

Ora, sucede que o Ministério Público, enquanto titular da ação penal, efetivamente, pode realizar por ele próprio a investigação e delegar tarefas noutras polícias. E terá sido o que aconteceu.

Aliás, apenas os mais distraídos não repararam que desde 2004, após a ‘operação furacão’, o MP tem realizado algumas investigações com a colaboração da Autoridade Tributária e outros OPC, aguardando-se ainda pelo desfecho de alguns desses processos. Acreditamos que todos querem o melhor para a Justiça, mas todos também alegam serem poucos para investigar os crimes das suas competências. Quando se imiscuem nas de outros, ou o alegado não corresponde à verdade, ou então estão a arriscar a que o desfecho não seja o melhor, por falta de experiência, de meios, ou por não estarem na posse de toda a informação.

O tempo dirá se as opções tomadas foram as melhores. Entretanto, aos investigadores da PJ, resta apenas fazer o que melhor sabem: trabalhar. E aguardar que venha o bom tempo.