A crónica falta de recursos humanos na Polícia Judiciária é sobejamente conhecida. Atualmente, o número de funcionários de investigação criminal de todas as categorias é de 1350, nele constando os cerca de 200 novos Inspetores que terminaram o período experimental. Manifestamente pouco quando comparado com o número de funcionários e de magistrados judiciais.
Apesar do esforço de recrutamento dos últimos anos, o hiato temporal de quase uma década interrompeu a transmissão de conhecimentos entre gerações, problema que tem vindo a ser colmatado com alguma dificuldade. E se o reforço da vinda do SEF não pode ser esquecido, também não pode ser pretexto para distrair a tutela da necessidade de renovar o quadro de pessoal.
Face ao que se avizinha, é imperioso ter investigadores motivados e disponíveis para a exigência da missão. Questões como os ónus de função e o trabalho suplementar sejam devidamente regulamentados para que o foco se centre no acolhimento de quem vem, não para que sejam só transmitidos conhecimentos, mas também o sentir da casa. De outra forma, nada valerá a pena. Em vez de uma instituição, serão duas as extintas.