Capacitação e teimosia

Capacitação, nome feminino que surge como um feito, uma conquista. Logo após vem Polícia Judiciária.

A expressão é tantas vezes teimosamente repetida: capacitação da PJ, bis, bis (orçamento de estado, apresentação ministerial, discursos, etc…) que se teme que a determinada altura a PJ seja tomada por cPJ. É verdade (e não apenas teimosice) que é preciso capacitar a PJ, não só em edifícios, viaturas ou equipamentos, mas sobretudo na “massa crítica” da investigação, oferecendo-lhe condições de trabalho e de formação, promovendo um regime justo e adequado de trabalho suplementar e lançando concursos de recrutamento e de progressão.

Apesar dos inegáveis esforços da atual direção da PJ e de algumas conquistas, que cortam com um passado de total inércia diretiva, a capacitação orçamental para o cumprimento da sua missão e do seu potencial é teimosamente insuficiente.

Teimamos, ano após ano, que para capacitar a PJ são necessários esforços estruturados e contínuos, em linha, aliás, com os discursos oficiais… Contudo, a prática e os ainda mais teimosos números do OE para a PJ revelam coisa diferente: desta vez, nem sequer estão capacitados para pagar as despesas com pessoal até ao final do ano. É para continuar a teimar na incapacitação da Polícia Judiciária?