Na semana passada falámos do trabalho voluntário especializado que os Inspetores da Polícia Judiciária prestam. “Pro bono”, assim chamámos, a par das felicitações que demos pelo 76º aniversário da PJ. Irónica, essa conjugação.
Uma instituição merecidamente felicitada, reconhecida pelo seu mérito e contributo para uma Justiça digna, à conta de insistidas injustiças sobre os seus investigadores. As horas de trabalho que prestam fora do seu horário somam incontáveis dias, semanas e meses de trabalho sem remuneração. Os investigadores da PJ não recebem horas extraordinárias.
O Estado abusa coercivamente do seu ius imperium (poder do imperador), aproveitando-se do espírito de missão e dedicação desses profissionais, impondo-lhes uma penosa exploração laboral. Explora abusivamente o seu nobre sentido de causa e de Justiça. Sujeita-os a um regime de exclusividade no desempenho de funções absolutamente castrador, sem contrapartida.
Temos assistido na última década a um êxodo sem precedentes de investigadores da PJ para outras carreiras bem mais atrativas, quer no Estado quer no setor privado. Interessa a quem, afinal, que seja assim? Aos “imperadores” deste país?!…