Sempre que há conversações sobre um qualquer diploma legal, a questão primordial é sobre o impacto no Orçamento de Estado. Parece avisado, porque quem responsavelmente gere os destinos públicos tem de dar cuidadoso fim às receitas dos impostos. Contudo, no caso do controlo da criminalidade, olvida-se que são os contribuintes honestos que sofrem e pagam todos os crimes, seja no furto do seu veículo, no ataque informático às suas contas seja na fraude ao SNS. Em todos estes casos, os custos acabam repercutidos no pagamento de serviços ou em taxas de tributação. Então, deveria o cidadão ter a possibilidade de decidir se quer pagar mais para ter prevenção criminal, e investigação adequada do crime no caso de ser ele também a vítima, ou se não se importa de ficar à mercê do acaso. E no caso da Polícia Judiciária, os cidadãos deveriam ser chamados a pronunciar-se se esta instituição merece mais investimento ou se os seus funcionários – principalmente os que trabalham fora de horas – devem ser condignamente remunerados para um combate mais motivado e eficaz ao crime. Porque quem paga também devia poder intervir nestas questões. Mas não é o caso.
Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária