Ser inspetor da PJ

É ter de ser quase tudo, com quase nada…

Cabe ao inspetor da Polícia Judiciária a investigação da criminalidade de maior gravidade, especialmente violenta, altamente organizada e complexa.

Uma profissão seriamente arriscada, penosa e desgastante. Absorvente no tempo e espaço. Demasiado exigente e onerosa.

Ser inspetor da PJ é viver o trabalho.

É entrar e viver as investigações, suas preocupações e reflexões, e transportá-las consigo. Levá-las para casa. Fazê-las suas. Os seus dramas e inquietações. É trabalhar fora de horas e a qualquer hora. Muitas horas. Passar muito tempo fora de casa e fora da família. Viver na imprevisibilidade.

É ser mal pago! Muito mal pago! Entre 4 e 5,70 euros por hora, fora de horas. Prestar serviço de 24 horas seguidas. É ter deveres e ónus funcionais especiais, estar sujeito ao risco, à insalubridade e à penosidade.

É ser obrigado à exclusividade de funções e a um excessivo regime de incompatibilidades e acumulação de funções. É ter o dever permanente de disponibilidade. De prontidão e de atuação, durante o dia ou noite, dias de descanso, fins de semana ou feriados. Estar permanentemente apto, física e psiquicamente, mesmo sem ter medicina do trabalho. É ter de ser quase tudo, com quase nada…